Arte na rua
Festival cultural
Teatro vai às ruas de Aracati
Publicado em 24 de julho de 2011
Festival Nacional de Teatro de Rua, em Aracati, movimentou 200 artistas e toda a população, com espetáculos que têm a rua e os espectadores como cenário
FOTO: DIVULGAÇÃO
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Cerca de 20 grupos de teatro de rua vindos de várias regiões do Brasil participaram de festival nacional no Ceará
Aracati. Um bem cultural de poucos, o teatro no Brasil só não tem acesso público mais reduzido graças a atores que fazem da rua o próprio palco-cenário do espetáculo. Uma linguagem acessível, uma graça risível e boa dose de expressões corporais e vocais trazem a atenção para o ator e sua criatura: a interpretação. No Festival Nacional de Teatro de Rua de Aracati (Festmar), realizado de 20 a 23 deste mês, grupos de diferentes Estados dividiram saberes, trocaram fazeres. E quem passava no meio da rua, de um compromisso para outro, viu marmotas, cores e vozes. Viu, riu e aplaudiu. O teatro de rua está ganhando fôlego no País na forma de editais de incentivo que possibilitam aos grupos juntar tralhas e seguir na estrada ruas a fora.
O casarão antigo é o cenário, a plateia que circunda a cena também. E a história é mais que contada, é sentida ali no meio da rua. A narrativa é sentida pelo ator e reflete na plateia, que muitas vezes não é a mesma do início do ato. É maior. Em quatro dias de peças e atos, o Festmar, em sua sétima edição, reuniu 200 atores de 20 grupos teatrais de Estados que têm compartilhado uma efervescência cênica que dá fôlego ao fazer teatral e animando os atores, antes que seus personagens animem o respeitável público.
"Estamos conquistando pessoas que até então desconheciam essa arte. Percebemos pelos olhares, pela maneira de compreensão", comemora Fábio André, coordenador do Pontinho de Cultura Galpão das Artes, no Município de Limoeiro (PE). O grupo está com a peça "A inconveniência de ter coragem", de Ariano Suassuna. Com a musicalidade do coco e vestidos feito bonecos de mamulengo, os atores cantam, dançam e representam. Enquanto uma parte do grupo pernambucano esteve a semana em Aracati, outra foi para Garanhuns, em mais um festival. "O teatral está voltando a conquistar espaços, e os festivais têm sido uma grande vitrine", aponta Fábio. Além de apresentar espetáculo, o grupo pernambucano ministrou oficina "Um olhar lúdico sobre o quintal".
Entre os grupos participantes dos outros Estados: Companhia Manjericão (RS), As lucianas (RJ), Centro de Criação Galpão das Artes (PE), Companhia Bigorna (PB) e Companhia Arte Viva (RN). Realizam o evento, o Instituto Aracupira de Cultura Brasileira (IACB), Ponto de Cultura do Grupo Teatral Frente Jovem, com o patrocínio da Fundação Nacional de Arte (Funarte), do Banco do Nordeste e da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará. O apoio cultural é da FM Canoa, Colégio Municipal, Casa da Cultura e Ivan Silvério Contabilidade. Os grupos teatrais reunidos formam o Movimento de Agitação e Resistência da Cultura Popular.
Entra e sai festival, os grupos sonham uma pauta: que as autoridades governamentais compreendessem a força e a importância do teatro de rua como um meio de formação e informação. "Mais do que qualquer teoria ou ideologia, o teatro de rua representa um grito de liberdade. O cidadão conhecedor dos seus direitos, deveres. O teatro de rua coloca o público dentro do espetáculo", afirma Marcos Antônio, da Companhia Teatral Arte Viva, de Santa Cruz (RN). Já são 22 anos de trabalhos e resistência, conforme Antônio, que é ator e diretor musical. A companhia já rodou o País, e, desde 2005, realiza a "Ode aos mestres griôs", de reverência a pessoas que levaram a vida transmitindo saberes e fazeres populares de forma oral.
Antigamente
Em Aracati, a companhia teatral Arte Viva esteve com o espetáculo "A trama do assustado". Assustado é como se conhecia, no século 19, um local onde os jovens se reuniam para dançar forró. "Vamo lá pro forró do assustado", dizia-se. Os atores fazem comédia e brincadeira com a história do forró do assustado. E, em plena praça pública de Aracati, risos se confundem com aplausos. É o suficiente para os artistas.
O Festmar "não é nada fácil", diz Teobaldo Silva, do Grupo Teatral Frente Jovem, anfitrião do evento. Mas ele sabe que o esforço que faz para o festival daqui é comparado ao que os outros grupos fazem para realizar os festivais de lá.
MAIS INFORMAÇÕES
Grupo Teatral Frente Jovem
Município de Aracati (CE)
Vale do Jaguaribe
Teobaldo Silva: (88) 9964.8648
MELQUÍADES JÚNIOR
REPÓRTER
Aracati. Um bem cultural de poucos, o teatro no Brasil só não tem acesso público mais reduzido graças a atores que fazem da rua o próprio palco-cenário do espetáculo. Uma linguagem acessível, uma graça risível e boa dose de expressões corporais e vocais trazem a atenção para o ator e sua criatura: a interpretação. No Festival Nacional de Teatro de Rua de Aracati (Festmar), realizado de 20 a 23 deste mês, grupos de diferentes Estados dividiram saberes, trocaram fazeres. E quem passava no meio da rua, de um compromisso para outro, viu marmotas, cores e vozes. Viu, riu e aplaudiu. O teatro de rua está ganhando fôlego no País na forma de editais de incentivo que possibilitam aos grupos juntar tralhas e seguir na estrada ruas a fora.
O casarão antigo é o cenário, a plateia que circunda a cena também. E a história é mais que contada, é sentida ali no meio da rua. A narrativa é sentida pelo ator e reflete na plateia, que muitas vezes não é a mesma do início do ato. É maior. Em quatro dias de peças e atos, o Festmar, em sua sétima edição, reuniu 200 atores de 20 grupos teatrais de Estados que têm compartilhado uma efervescência cênica que dá fôlego ao fazer teatral e animando os atores, antes que seus personagens animem o respeitável público.
"Estamos conquistando pessoas que até então desconheciam essa arte. Percebemos pelos olhares, pela maneira de compreensão", comemora Fábio André, coordenador do Pontinho de Cultura Galpão das Artes, no Município de Limoeiro (PE). O grupo está com a peça "A inconveniência de ter coragem", de Ariano Suassuna. Com a musicalidade do coco e vestidos feito bonecos de mamulengo, os atores cantam, dançam e representam. Enquanto uma parte do grupo pernambucano esteve a semana em Aracati, outra foi para Garanhuns, em mais um festival. "O teatral está voltando a conquistar espaços, e os festivais têm sido uma grande vitrine", aponta Fábio. Além de apresentar espetáculo, o grupo pernambucano ministrou oficina "Um olhar lúdico sobre o quintal".
Entre os grupos participantes dos outros Estados: Companhia Manjericão (RS), As lucianas (RJ), Centro de Criação Galpão das Artes (PE), Companhia Bigorna (PB) e Companhia Arte Viva (RN). Realizam o evento, o Instituto Aracupira de Cultura Brasileira (IACB), Ponto de Cultura do Grupo Teatral Frente Jovem, com o patrocínio da Fundação Nacional de Arte (Funarte), do Banco do Nordeste e da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará. O apoio cultural é da FM Canoa, Colégio Municipal, Casa da Cultura e Ivan Silvério Contabilidade. Os grupos teatrais reunidos formam o Movimento de Agitação e Resistência da Cultura Popular.
Entra e sai festival, os grupos sonham uma pauta: que as autoridades governamentais compreendessem a força e a importância do teatro de rua como um meio de formação e informação. "Mais do que qualquer teoria ou ideologia, o teatro de rua representa um grito de liberdade. O cidadão conhecedor dos seus direitos, deveres. O teatro de rua coloca o público dentro do espetáculo", afirma Marcos Antônio, da Companhia Teatral Arte Viva, de Santa Cruz (RN). Já são 22 anos de trabalhos e resistência, conforme Antônio, que é ator e diretor musical. A companhia já rodou o País, e, desde 2005, realiza a "Ode aos mestres griôs", de reverência a pessoas que levaram a vida transmitindo saberes e fazeres populares de forma oral.
Antigamente
Em Aracati, a companhia teatral Arte Viva esteve com o espetáculo "A trama do assustado". Assustado é como se conhecia, no século 19, um local onde os jovens se reuniam para dançar forró. "Vamo lá pro forró do assustado", dizia-se. Os atores fazem comédia e brincadeira com a história do forró do assustado. E, em plena praça pública de Aracati, risos se confundem com aplausos. É o suficiente para os artistas.
O Festmar "não é nada fácil", diz Teobaldo Silva, do Grupo Teatral Frente Jovem, anfitrião do evento. Mas ele sabe que o esforço que faz para o festival daqui é comparado ao que os outros grupos fazem para realizar os festivais de lá.
MAIS INFORMAÇÕES
Grupo Teatral Frente Jovem
Município de Aracati (CE)
Vale do Jaguaribe
Teobaldo Silva: (88) 9964.8648
MELQUÍADES JÚNIOR
REPÓRTER
Aracati recebe festival de teatro
Publicado em 21 de julho de 2011
Grupo de teatro de Aracati participa do festival nacional, que reúne diversos artistas do Brasil
FOTO: DIVULGAÇÃO
FOTO: DIVULGAÇÃO
O evento é uma reafirmação da resistência dos movimentos de teatro do interior cearense
As ruas desta cidade estão tomadas de teatro, magia e poesia. Atores de rua de sete Estados participam, desde ontem, da sétima edição do Festival Nacional de Teatro de Rua. Os casarões antigos e monumentos históricos compõem o cenário do festival que traz 20 grupos, reunindo 200 atores do Ceará, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba. O evento, que segue até sábado, ainda homenageia (em memória) o escritor e poeta Mário Lago e a figurinista Francisca Alves da Silva, a "Formiguinha", de Aracati.
No teatro de rua o acesso é gratuito e prático: não precisa pagar, só parar quem estiver passando. Artistas de caras pintadas ou de cara limpa mesmo. E na rua, em que o cenário cotidiano é palco para qualquer ficção, vale corpo e voz, para o som chegar a quem está do outro lado da rua. O evento, em seu sétimo ano, é uma reafirmação da resistência dos movimentos de teatro do interior cearense e de outros Estados. "Muitos grupos existem só na base da vontade própria", afirma o coordenador executivo do festival, Teobaldo Silva.
E no bom e velho "correr atrás", cerca de 200 atores já se avolumaram ontem à noite na abertura na Casa da Cultura, no Centro de Aracati. Quem abriu a série de espetáculos foi o Grupo Teatral Frente Jovem, anfitrião do evento, com a peça "Dengue em Verso e Prosa". Em seguida, se apresentaram o grupo Maracatu Nação Tremembé, de Sobral, e grupos musicais.
Homenagem
Nesta ano o Festival homenageia, com menções honrosas, o poeta, dramaturgo e escritor Mário Lago (1911-2002), e a costureira e figurinista Francisca Alves da Silva, a dona "Formiguinha", como era conhecida em Aracati. Falecida no ano passado, Formiguinha era símbolo de humor e irreverência, principalmente, pelos grupos teatrais de Aracati, que agradecem a ela a confecção de roupas e adereços de vários espetáculos realizados. No sábado, durante o encerramento, será exibido um documentário que teve a participação da costureira.
O Festival Nacional de Teatro de Rua, em Aracati, surgiu em 1999, idealizado pelo professor Tinoco Luna e tendo por iniciativa o Grupo Teatral Frente Jovem. O evento começou apenas com grupos de Aracati, depois passou a receber outros Municípios, e agora recebe sete Estados de Nordeste a Sul.
As ruas desta cidade estão tomadas de teatro, magia e poesia. Atores de rua de sete Estados participam, desde ontem, da sétima edição do Festival Nacional de Teatro de Rua. Os casarões antigos e monumentos históricos compõem o cenário do festival que traz 20 grupos, reunindo 200 atores do Ceará, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba. O evento, que segue até sábado, ainda homenageia (em memória) o escritor e poeta Mário Lago e a figurinista Francisca Alves da Silva, a "Formiguinha", de Aracati.
No teatro de rua o acesso é gratuito e prático: não precisa pagar, só parar quem estiver passando. Artistas de caras pintadas ou de cara limpa mesmo. E na rua, em que o cenário cotidiano é palco para qualquer ficção, vale corpo e voz, para o som chegar a quem está do outro lado da rua. O evento, em seu sétimo ano, é uma reafirmação da resistência dos movimentos de teatro do interior cearense e de outros Estados. "Muitos grupos existem só na base da vontade própria", afirma o coordenador executivo do festival, Teobaldo Silva.
E no bom e velho "correr atrás", cerca de 200 atores já se avolumaram ontem à noite na abertura na Casa da Cultura, no Centro de Aracati. Quem abriu a série de espetáculos foi o Grupo Teatral Frente Jovem, anfitrião do evento, com a peça "Dengue em Verso e Prosa". Em seguida, se apresentaram o grupo Maracatu Nação Tremembé, de Sobral, e grupos musicais.
Homenagem
Nesta ano o Festival homenageia, com menções honrosas, o poeta, dramaturgo e escritor Mário Lago (1911-2002), e a costureira e figurinista Francisca Alves da Silva, a dona "Formiguinha", como era conhecida em Aracati. Falecida no ano passado, Formiguinha era símbolo de humor e irreverência, principalmente, pelos grupos teatrais de Aracati, que agradecem a ela a confecção de roupas e adereços de vários espetáculos realizados. No sábado, durante o encerramento, será exibido um documentário que teve a participação da costureira.
O Festival Nacional de Teatro de Rua, em Aracati, surgiu em 1999, idealizado pelo professor Tinoco Luna e tendo por iniciativa o Grupo Teatral Frente Jovem. O evento começou apenas com grupos de Aracati, depois passou a receber outros Municípios, e agora recebe sete Estados de Nordeste a Sul.
MAIS INFORMAÇÕES
Grupo Teatral Frente Jovem
Município de Aracati
Vale do Jaguaribe
Teobaldo Silva: (88) 9964.8648
Grupo Teatral Frente Jovem
Município de Aracati
Vale do Jaguaribe
Teobaldo Silva: (88) 9964.8648